Por que ensinar programação às crianças?

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Por que ensinar programação às crianças?

“Todo mundo deveria aprender a programar um computador, porque isso ensina como pensar.” Steve Jobs, fundador da Apple, disse isso há mais de vinte anos numa rara entrevista à imprensa para o canal de TV americano PBS. Se ele afirmou isso naquela época, quando os computadores pessoais estavam começando a se popularizar, smartphones e tablets ainda nem existiam e videogames tinham gráficos de duas dimensões, imagine hoje, que passamos o dia todo ligados nesses aparelhos fazendo tudo e mais um pouco.

De lá para cá, a tecnologia deu um salto, diversos aparelhos surgiram e nos tornamos dependentes da internet para tudo – trabalhar, nos divertir, aprender. Os aplicativos substituíram os telefones, a televisão, os videogames, os bancos e diversas outras ferramentas e serviços do nosso dia a dia. Com a chamada Quarta Revolução Industrial, caracterizada pela convergência de tecnologias digitais, físicas e biológicas, a tecnologia está deixando de ser parte dos negócios para se tornar o todo. Neste cenário, aprender a programar se torna cada vez mais essencial para qualquer pessoa interessada em compreender o mundo – inclusive as crianças.

O exemplo do Reino Unido

Em 2014, o Reino Unido tornou-se o primeiro país do G7 a introduzir a ciência da computação obrigatória no currículo escolar para todas as crianças de cinco a 16 anos. O objetivo é que, até a idade de sete anos, todas as crianças sejam capazes de escrever e corrigir um programa simples. Até os 11 anos, alguns estarão explorando conceitos de computação considerados apropriados para estudantes de graduação.

O Reino Unido tem uma longa história de excelência em computação. Todos os computadores modernos são baseados no trabalho teórico e prático de Alan Turing, um dos verdadeiros gênios do século XX. O boom dos computadores pessoais da década de 1980 colocou alguns britânicos na direção de grandes empresas de tecnologia em todo o mundo. Além disso, a world wide web foi criada por Sir Tim Berners-Lee, um físico britânico, cientista da computação e professor do MIT.

Em algum ponto da década de 1990, entretanto, o Reino Unido perdeu o caminho. O sistema educacional ignorou o crescimento explosivo da computação e da internet. Enquanto isso, o Vale do Silício ascendia como o berço de grandes empresas de tecnologia. Já os britânicos ficavam cada vez mais para trás em termos de tecnologia – até agora.

Não se trata de equipar a próxima geração para trabalhar como engenheiros de software, trata-se de promover o pensamento computacional – que é como os engenheiros de software resolvem problemas. Combina matemática, lógica e algoritmos, e ensina uma nova maneira de pensar sobre o mundo.

Aprendendo a programar

Em sua forma mais simples, aprender a programar é simplesmente aprender a dizer às máquinas o que fazer. O código é a cadeia de instruções digitadas que um computador segue para fazer qualquer coisa, desde abrir uma nova aba no navegador até automatizar a direção de um carro.

Mas assim como anos de aulas obrigatórias de português não formam milhares de romancistas, as aulas de programação não transformam todas as crianças em programadoras. A ideia por trás das novas iniciativas do governo britânico, por exemplo, é que as novas gerações não tenham que aprender quando mais velhos, porque aqueles com uma aptidão para programação terão descoberto isso em um estágio inicial. E aqueles que são menos talentosos, pelo menos terão uma compreensão do mundo digital em que vivem.

Esses benefícios de aprender programação em uma idade jovem ajudam as crianças a obter vantagens em pensar, processar e se comunicar. Essas habilidades ajudarão mais tarde as crianças a serem inovadoras, o que se traduzirá em quase qualquer profissão. De médicos a músicos, ser capaz de programar e desenvolver aplicativos de computador e software podem se traduzir em sucesso.

Os benefícios de aprender programação

Aprender a programar é como aprender uma nova língua. Afinal, programar nada mais é do que escrever com coerência, coesão, hierarquia de informações e de forma clara, simples e objetiva. E, assim como na aprendizagem de uma nova língua, os benefícios ao se aprender a programar são muitos.

  1. Pensamento computacional

O pensamento computacional é a capacidade de comunicar seus pensamentos de forma estruturada e lógica. Esse tipo de processo de pensamento é como as instruções são codificadas em um computador. É também o processo de pensar e resolver problemas de forma metódica que pode ser replicada por uma máquina. Engenheiros de software, programadores de computador e especialistas em logística usam esse método de pensamento para resolver problemas. O pensamento computacional é uma combinação de matemática avançada, desenvolvimento de algoritmos e lógica. O desenvolvimento do pensamento computacional envolve considerar um problema e dividi-lo em etapas de ação única. Cada uma dessas etapas é tratada da maneira mais eficiente possível. Há também um elemento de abstração no pensamento computacional, que permite que a criança se mova de uma solução específica para um problema específico e generalize-o para outras situações. O resultado é uma mudança de paradigma ao pensar em como o mundo funciona.

  1. Criatividade, fluidez de pensamento

As crianças têm mentes criativas e fluidas que lhes permitem pensar de uma maneira mais “fora da caixa”. As maneiras quase infinitas de codificar e resolver problemas podem inspirar as crianças a crescer. Você pode mostrar ao seu filho que a programação é um tipo de narração. Há um começo, progressão e fim lógicos da história e do programa. Essas habilidades podem criar crianças para o sucesso nas comunicações escritas e orais na escola e, felizmente, a introdução do básico de TI nas escolas primárias está se tornando generalizada.

  1. Paciência

A criação de um código é uma série constante de pequenos passos, com uma tonelada de tentativas falhadas incluídas, que lentamente leva ao resultado final. Cada realização é apenas o próximo nível no processo. Não há atalhos. Fazer coisas corretas leva tempo e paciência. Todas as ótimas ideias são cumulativas – elas incorporam componentes e elementos diferentes que eventualmente se combinam para oferecer uma solução mais ampla e mais efetiva do que qualquer coisa que surgiu antes. Mas nada acontece se você não começar.

  1. Melhoria contínua

O código pode ser quase sempre mais rápido, mais limpo e mais eficiente. O desejo é sempre copiar tudo o que veio antes (exceto os erros, claro) e torná-lo ainda melhor. Aumentar a barra da qualidade, constantemente iterando e baseando-se nos sucessos são as razões pelas quais nunca há uma linha de chegada quando o assunto é programação.

  1. Oportunidades de trabalho

A geração atual de crianças precisará ser alfabetizada em tecnologia para ser competitiva no futuro mercado de trabalho. Não saber como codificar será comparável a não saber ler. A maioria dos empregos requer o conhecimento das habilidades básicas de TI, enquanto que até o varejo e os empregos de fast food requerem o uso de tecnologia e computadores. Os especialistas em codificação são bem pagos e altamente procurados no mercado atual, e as oportunidades para esses funcionários qualificados se expandirão no futuro.

Expandindo o acesso ao mundo da tecnologia

A exposição precoce à informática pode ser particularmente útil para as meninas e as minorias tradicionalmente sub-representadas. Em 2012, as mulheres obtiveram apenas 14% dos títulos de licenciatura em informática nos Estados Unidos, enquanto as minorias sub-representadas detiveram menos de 20% de todos os graus, de acordo com a National Science Foundation. No Brasil não é diferente.

Segundo o PNAD (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios) de 2009, apenas 20% do universo de cerca de 520 mil pessoas que trabalhavam com Tecnologia da Informação no Brasil eram mulheres. Ainda, o número de alunas que se formam nos cursos de computação mostra um fracasso retumbante: 79% das mulheres que ingressam para cursar essas faculdades abandona o curso no primeiro ano.

Mas algumas pesquisas sugerem que a exposição precoce à computação pode ajudar a fechar essas lacunas.

Por exemplo, um estudo de 2014 conduzido pelo Google descobriu que a exposição precoce ao curso de ciência da computação era um fator no fato de as mulheres se encontrarem com o campo na faculdade. Muitos primeiros alunos de ciência da computação ficam intimidados em suas aulas de programação introdutória quando enfrentam estudantes que estão pirateando suas redes escolares ou escrevendo em Python há anos.

O interesse natural pela programação

Quem nunca, quando criança, conheceu um amigo, uma irmã, um vizinho ou uma colega da escola que gostava de desmontar todos os brinquedos para ver como eles funcionavam dentro? Eram peças para cá, engrenagens para lá, molas para um lado, parafusos para o outro, e assim as dúvidas iam sendo solucionadas. Alguns brinquedos podiam nunca mais voltar a ser o que eram antes? Podiam, mas pelo menos a curiosidade era sanada e a criatividade despertada.

Nos dias de hoje, em que as crianças já nascem mexendo em smartphones e tablets, é natural que essa curiosidade se estenda a esses aparelhos. Não só na construção do hardware, mas do software também. Entender como o programa funciona, por que ao clicar em um botão acontece determinada coisa, como os personagens de um jogo se movem na tela, entre outras funções. Mais do que isso, é natural que as crianças queiram criar programas personalizados às suas necessidades, usando a tecnologia a seu favor. É por isso que ensiná-las a programar é a melhor forma de dar vazão a essa curiosidade, abrindo um mundo de possibilidades à sua frente.

Na Engineering For Kids, nutrimos essa curiosidade por meio de aulas de programação em escolas e na nossa sede, camps, festas de aniversário e workshops. Nos baseamos nos valores KELVIN:

K indness – Nutrir uma cultura de bondade;

E xcitement – Espalhar entusiasmo em nossos cursos e atividades;

L oving – Amar o que fazemos;

V aluing – Valorizar a curiosidade de nossas crianças;

I nspiring – Inspirar nossos alunos;

N ever forget – Nunca deixar de se divertir.

Entre em contato com a gente para saber como seus filhos podem se beneficiar da programação de uma forma leve e divertida.

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